Pois é, veio outra vez
Como sempre, aliás
Como aliás eu esperava
Aliás, como era de se esperar
Justo quando estava ficando bom.
Justo agora
Que os pensamentos começam a se organizar
(tanto quanto se organizam pensamentos
de mente inconstante em mundo incerto)
Justo quando os sons da rua descansam afinal
E os cães começam sua sinfonia
Já não se ouve vizinhos
Carros ficam raros
E as ruas silenciam
(fala alto o silêncio)
Justo quando esse paraíso obscuro se insinua
Ele vem outra vez
Como aliás já se imaginava
Como era de se imaginar:
Sono
Mãos de veludo a me tapar os olhos
Dedos suaves a me roçar a face
Sedução maléfica
Sempre, por fim, irresistível
Apesar de toda a luta
Batalha limpa
Guerra inodora
Derrotado afinal
Abraço palavras do príncipe:
"Dormir, talvez sonhar"
Ouço canções de ninar
Para fazer adormecerem minhas idéias.
Leo Wilczek
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