Número de Acessos

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Incomplete

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Now where are you?
Drinking coffee alone?


We should be two

(It's a half to be one)



(Leo Wilczek)

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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Canção do Trovoador

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O Sol até já tinha ido embora.
Mas reconsiderou a situação.

Ficou com Dó,
Caiu em Si
E deu uma Ré
Até aqui.

Good for Mi.


(Leo Wilczek)


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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Maio

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Tanto frio
Que os dentes dos garfos
Estão batendo

E as águas
Vivas
Estão congelando

E as mulheres
Quentes
Esfriando

Enquanto meu coração
não bate
(treme).


(Leo Wilczek)

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sexta-feira, 6 de maio de 2011

Geografria

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Coolritiba.

Queritiba?

Very Coldritiba.

Quemritiba?
Whoritiba.

Qualritiba?
Aquiritiba.

Um lugar
Qualqueritiba.


(Leo Wilczek)

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quarta-feira, 4 de maio de 2011

In a rich men's world

Este mês só vou comer pão
Tomar água sem açúcar
Pão sem margarina
Água sem gelo
Ar sem carbono

Vou andar num pé só pra economizar
Sapato
E uma mão no bolso pra economizar
Luva

Não vou tomar vinho pra economizar
Uva
Esconder o queijo pra economizar
O rato


(Este mês só vou comer pão sem açúcar
E margarina sem água.)



(Leo Wilczek)



Em-si-namentos

* * * * * * * * * * * *

Seria possível um dia 
Eu virar melodia?

* * * * * * * * * * * *

Emito todas as notas
No entanto
Não notas.

* * * * * * * * * * * *

Marcamos o tempo
Com passos.

* * * * * * * * * * * *

Preferes: 

Semitons
ou
Cem mil tons?

* * * * * * * * * * * *

Idéias com sono.
Só nós
Atados.

* * * * * * * * * * * *


(Leo Wilczek)

terça-feira, 3 de maio de 2011

Alôcinações


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I - To be (or not)

Being alone
is
Being all-one.

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II - Dois-em-um

Paradox-sou
Paradox-all

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III - Blackberry

Não demore
Amor
There's more

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IV - Mi

No cemitério,
Sem mistério.

Mist in Stereo,
Mim etéreo.

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V - Estratégia

Solidão,
Só lidando.

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(Leo Wilczek)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Contra a supremacia dos olhos azuis

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I - Mescla

Olhos azuis
perdidos em olhos castanhos:

Concreto derretido sobre chocolate.


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II - Brown-eyed Girl


Inesperada
Pedra de chocolate translúcido
Imersa
Em um universo lácteo


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(Leo Wilczek)

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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Promessa em vão



Não devíamos prometer nada,
jamais. 


A vida é incerta,
demais.




(Leo Wilczek)

A casa de tudo


















Abra espaço:

O vinho repousa dentro
da taça vazia.

O animal hiberna quieto
em cratera aberta.

A língua habita o espaço
entre o céu e o chão da boca.

O amor se aninha sempre
em peito vago.


O Nada

     É a casa

              De tudo



(Leo Wilczek)


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sexta-feira, 25 de março de 2011

Tríade

Ela existe

Basta que ela exista.
O mundo gira completo sobre si,
Equilibrado na ponta dos pés,
Enquanto ela exista.

A tríade é completa:
Ele, o mundo e ela
Qualquer um dos três que falte
E tudo se apaga no vácuo.

O mundo sem eles
Definha imóvel
Ele sem ela
Sucumbe incompleto

Ela sem ele...
...desconhecida personagem
Nascida em texto alheio.


(Leo Wilczek)



segunda-feira, 14 de março de 2011

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Ideia fixa.

Mude o cenário ideia fixa.
Pense em outra coisa ideia fixa.
Outras cores ideia fixa.
Liberte-se ideia fixa.

(Persegue a ideia fixa,
Insiste a idéia fixa,
Retorna a idéia fixa,
Adere a idéia fixa.)

Inércia ideia fixa.
Repetição ideia fixa.
Assombração ideia fixa.
Parasita ideia fixa.

Tive uma ideia fixa.


(Leo Wilczek)


Ensaio sobre a Solidão

                     (Foto: Leo Wilczek)


Tarde de sol, centro
de metrópole
(mil e dezessete pessoas).

Shopping center, fim
de semana
(três mil e cinco pessoas mais funcionários).

Instituição pública de ensino, sala
de aula
(vinte e cinco alunos, mais professor).

Uma jovem que acaba de se descobrir mãe
de uma menina
(duas pessoas, mais um pai ausente).

Apartamento, alta noite, véspera
de carnaval
(um homem e um cão).

Bairro boêmio, balada, noite quente
de verão
(duas mil pessoas por hora, aproximadamente)

Uma multidão
de corações.

Vazios.


(Leo Wilczek)



terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Pingos



*
Cachorro cotoco abana o rabo: alegria dando tchau com a ponta do mindinho!


*
Minha musa me abusa sem blusa - e ousada me acusa de mente obtusa.


*
É cada trítono pra resolver! Mas o lance é o seguinte: de semi em tom a melodia enche a pauta.


*
Rima iê iê iê:
Domingo. Pede cachimbo. Pensei em "flamingo", mas - culpa dos Beatles - rimei com o Ringo.


*
Atrás de cada página virada fica uma história amassada.


*
Diário:
Uma lágrima caiu, habitou o papel, se enlaçou com a tinta. Virou nuvem. Um espectro negro abraçou a palavra "adeus".


*
Sono. Nebuloso caminho entre o fato e o abstrato.


*
Meu nariz é meu. Meu nariz. É... meu, nariz! MEU! É meu nariz. MEU, nariz! Como é engraçado, "nariz" (a palavra e o nariz em si).


*
Amor de Natal: 
Perdidamente apaixonado, ele fitava os pezinhos da vendedora - enquanto os outros namoravam presentes sob a árvore de natal.




(Leo Wilczek)



Insight.

Poesia.
Mais.
Sempre.
Nunca o suficiente.

Mais um dia.
Mais.
Sempre.
Com poesia evidentemente.

Só posso aceitar um jeito
De tirar a poesia da frente:
Sequestrar o verso perfeito
E mandar pra dentro da gente


(Leo Wilczek)



terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Corpo e Alma

Não há milagre

Maior

Que uma mão amiga

Que venha

Com um corpo amigo

E uma

Alma amiga.


(Leo Wilczek)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Noturno

As ruas estão sozinhas.

Os cães tecem sua rede
De recados lançados ao ar,
Latidos diálogos
Guardados por asas escuras
De pássaros ausentes,
Cantores de serestas esparsas.

Os carros seguem sozinhos.

Motores, rodas, faróis,
Assentos vazios.
Alucinações deslizantes,
Fantasmas,
Vagando do escuro ao nada.

Os passos pisam sozinhos.

Pés evaporam acima das canelas,
Os joelhos são o céu negrazul.
Serão os olhos as estrelas?

Meus amores flutuam sozinhos.

Em névoas de memória ou futuro.
Todos ausentes, presentes no entanto.

Ocupando

Os espaços

Entre os cães

E as estrelas.


(Leo Wilczek)



Nonsense



Meu passo lento
Pisa lúdico
Passa em lenta
Câmera

Meu pensamento
Pensa muito
Penso e minto
Camarada

Não corro
Não prego
Não cultuo
Não me apego

Só faço da vida
Café com biscoito

De Chocolate


(Leo Wilczek)


Tudo Exceto


Excluído
Maldito
Ferido
Odiado

Ou

Amputado

Tudo aceito

Mas que não seja
Esquecido


(Leo Wilczek)



sábado, 5 de fevereiro de 2011

domingo, 2 de janeiro de 2011

O Novo

Tenho dúvidas
Se existe mesmo algo
Que se possa dizer que é novo

Quando a história se repete
Tudo igual, sem mais nem menos
Mesma cor, mesmo tom, mesmas sombras
Sempre tem alguém que reclama
Que vai começar tudo de "novo"

Ano velho, ano novo
Tudo ilusão
Não existe ontem e amanhã
É sempre hoje, de "novo"

Amanhã é simplesmente
O ontem, recém-nascido
Ontem, da mesma forma
É o futuro recém-morrido

Feto-defunto
Fato-delírio
Feito-desfeito

O tempo
Sou eu


Leo Wilczek