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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Essa chuva



















Não passa nunca!

Parece assim que começou antes do nada
E vai durar eternamente
Chove tanto
Que pra memória nunca houve tempo aberto
Se houve sol não lembra mais
Sempre dilúvio jamais deserto

Tanta água
Que nunca houve tempo seco
O ar sempre riscado, água em vôo
Jamais se viu o outro lado
Sem o branco turvo do véu aquático

São tantas gotas em meu corpo
Tantos toques, tantos dedos
Insistindo um "ei, ei, ei" a cada pingo
Parece que jamais estive só
Nunca houve espaço para o Nada
A água sempre trouxe o Tudo

Cada nova esfera d'água que me visita
Enxágua o que outra gota disse
E traz uma palavra-sílaba inédita

(Prestes a ser levada embora
Pela chuva)


Leo Wilczek


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Um comentário:

  1. Alguém o lê em algum lugar do unvirso. Há aqueles que todos lêem e pensam que lêem.

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